segunda-feira, abril 09, 2007

Queda livre

Eu não sou de lado nenhum
Que tenha nome,
Não pertenço,
As minhas raízes cresceram em mim,
Parto para caminhos por mim escolhidos,
Construindo o meu próprio
Sou aventureira de espírito,
Mesmo que a minha acção seja de inércia
Sou de onde a minha liberdade fermenta
Nos mais amplos espaços
Vistos ou criados,
Na minha mente
Ou na minha realidade
Os meus medos são por mim criados
Os meus limites são por mim transgredidos
Os muros construídos
Prolifero sorrisos
Esbarro nos desânimos,
Marco as desilusões a ferro quente,
Para uma memoria exigente
Atiro-me para o abismo sem fim
Recebo o poder de uma queda que não chega
Com a ansiedade gulosa por uma vida,
Que não pára
Olho para a coragem e sinto o seu escárnio,
Aceito-lhe o desafio
Mostrando-lhe o seu maior medo
Retrai-se, caí e suplica-me um pouco da misericórdia
Que não me concedeu
Agarro-me a mim,
Procuro-me e não me encontro,
Procuro o termómetro e estou tão fria, quanto morta
Mas ferve-me um coração de capa empedernida
Sinto cada sussurro do mundo
Na ponta do nariz
E com as mãos dou forma aos seus sofrimentos
Ergo orgulhosa, o império de angústia
Minha, tua, de todos
Sou ser inconstante,
De nome trago valente
E na personalidade uma plaquinha
Escondida, tímida onde foi escrito

LIVRE

Puta Valente

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta Puta hoje não pára...diz que as amendoas de chocolate fazem maravilhas à imaginação!