Encontraste-me naquele leito a conversar com as paredes testemunhas de tantos abraços, alucinada, com os olhos esgazeados, falo de saudades, não interrompeste.
Ouvi a tua respiração e calei-me, e nas minhas costas lá estava tu… devagar, nas pernas fracas ergui-me, e em mil passos comprimidos num, chego até ti.
Olhar inquieto, movimento certo, despimo-nos, eu nas tuas mãos… um botão, uma lágrima, outro botão, o choro miudinho, absorves-me a essência com a tua pele, com as pestanas de uns olhos atentos, com o cheiro de pão de mel…
Lá fora a luz fria da noite, entra pelas frechas de paredes cerradas e por janelas escancaradas, bate-nos na pele, com a curiosidade do que vai acontecer, traz o vento doido por nos ver.
Cedo-te, inebriada, no silêncio de alma, enquanto me despojas de roupas, a uma velocidade quase parada.
Desfaleço, mais e mais a cada arrepio, agarras-me pela cintura e levas-me ao encontro da tua pele perfumada pelo sal da minha lágrima, usas a língua para me acariciar, as tuas mãos prendem-me os pulsos atrás das costas, levo a cabeça para trás, num convite a mais, numa suplica rendida…
Rodopias-me o corpo com a destreza de quem o conhece bem, enterras o nariz no meu cabelo, contornas-me com os dedos, para te certificares que nada mudou, e nas asas das borboletas do meu estômago, que regurgito a cada expiração acelerada, vamos até à relva fresca do nosso jardim.
Tudo é tão lento, pelo medo de acabar...
Rodopias-me o corpo com a destreza de quem o conhece bem, enterras o nariz no meu cabelo, contornas-me com os dedos, para te certificares que nada mudou, e nas asas das borboletas do meu estômago, que regurgito a cada expiração acelerada, vamos até à relva fresca do nosso jardim.
Tudo é tão lento, pelo medo de acabar...
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