sexta-feira, abril 20, 2007

Equinócio

No meio de um nada,

onde apenas as bolinhas de sabão

que o dragão cospe são presentes

fecho os olhos

inclino a cabeça para trás

e sinto cheiros de primavera,

cheiros mornos, quentes…

Oiço as conversas das folhas,

dessas velhas árvores,

no meio os pardais que refilam com o gato,

que subiu sem autorização

quando eles chamaram o cão

para cuidar das suas crias

Não sabem coitados que os cães

olham para as suas crias com gulas escondidas

Do meio das copas vem as estrelas fazer cócegas no nariz

quando cai a noite,

brincalhonas, sorridentes,

Saltitonas....

No meio do vento oiço o teu nome

Inundo o coração

De pequenos e grandes doces

Sorrio

Ao fundo a gargalhada de uma criança

É a primavera

Sussurra o universo

É a primavera!

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi escrito a pensar no meu grande e único amor, aquele pelo qual vale a pena erguer, que me arrancou sorrisos no meio de lágrimas, gargalhadas no meio de corriqueiros dias, no meio da tristeza me estendeu a sua mão pequenina, que se fez grande, maior que do que alguma vez imaginei. Para um ser iluminado, que me tirou de trevas, me trouxe apenas amor, sem pedir nada em troca.

Puta Valente :)