sexta-feira, dezembro 29, 2006
ao deboche, em cada um de nós...
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Preparai-vos!
Viva a Passagem de Ano!
O deboche e a depravação andarão de braço dado com o excesso e o desassossego. As nossas vidas já são plenas disto, mas e as dos leigos? Eu concordo que nem todos temos vocação para tudo, e que o papel das outras pessoas também é importante, mas um descanço é necessaríssimo, por isso mesmo essa noite partinharemos os nossos adjectivos mais queridos com o Mundo.
terça-feira, dezembro 26, 2006
É Natal, venha a Santa!
Putas & cia nas ruas
Aqui arfamos com o calor, calamo-nos com o fado cantado, vimos o degredo, com o qual nos identificamos, esperamos, minguamos, comemos, bebemos, e ficamos para a mutação do local, a remoção das toalhas, a troca do vinho tinto pelas cervejas de meio litro, a ida dos maduros a vinda dos verdes.
E brindamos como se não houvesse amanhã, a tudo e a todos, com o ânimo da profissão no sangue, com a vontade de mil caranguejos em alto mar, só que não éramos assim tantos…
Depois o corpo queria mais, mas o alcóol dizia que estava era na hora de um belo hambúrguer e assim foi, corremos dali para fora...
Comemos, lambemos os beiços entre gargalhadas descaradas e caímos na cama da forma mais espalhafatosa possível, porque o álcool já dominava esta puta...
Na manha seguinte…Nada a declarar…
Puta Valentesexta-feira, dezembro 22, 2006
Houve loucura no Solstício ?????
...mas o dever do trabalho chamava-me e para hoje não ficar assim
tive de abandonar tão animada tertúlia... (ohhhhhhhhh)
Terão eles abalado as estruturas da noite Lisboeta?
Será que conseguiram sair das garras da boémia? Ou estarão todos jogados numa viela escura do Bairro à espera que alguém lhes estenda a mão?
Para estes e outros esclarecimentos pedem-se posts dos participantes de tamanha loucura.
Puta Arrogante
quinta-feira, dezembro 21, 2006
sssh!
Sinto-a com espinhos, que me maltratam os sentidos, porque grita, o que quer
Porque não se senta e conversa civilizadamente como toda a gente
Que pretende com o agudo da agonia
Porque me maltrata uivando despautérios em dialetos que desconheço
Porque está ela perturbada
Não a posso chamar pobre, ofende-se
Não me atrevo a numerar-lhe as suas grandiosidades, melindra-se
Não lhe posso pedir segredos, foge
Não me atrevo à negação, ira-se
Praguejas de forma acelarada, não te entendo
Se estás ao meu lado, se és parte de mim
Explica-me o que sinto
Perdoa-me o incauto pensamento
deixa passar o raciocínio
Faz de mim o que quiseres
Deixa-me livre do sofrimento
Porque sabes o que levo dentro
Esticas o ouvido
Ouves o bater do coração medroso
Sabes o que temo
sabes que preciso de ti
Porque me gritas
Nesta noite de silencio...
Puta valente
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Barbie, resposta a solicitações:
Barbie Dominatrix, não se deixem enganar pela cama rosa. A senhora não é para brincadeiras. O atrativo deste modelo é que a cama, as roupas de vinil, o chicote e a companheira já estão incluidos.
Barbie e Ken Quecas, os bonecos são também vendidos em conjunto, no entanto não os acompanham mais nenhum acessório.
Barbie Rameira Suicida, este modelo é depressivo, pois como sabema vida de uma rameira não é fácil
Por hoje fico por aqui, mas como este é um universo rico e abundante prometo voltar em breve com novos modelos de Barbies Alternadeiras. Prometo desde já uma Barbie Floribela (imagens exclusivas de um dos seus problemas de incontinência, tão bem relatados pelo nosso Senor de Los Anillos).
Puta Arrogante
Conversas de cabeleireiro!
Lá fui ao cabeleireiro, pequenino, atrofiado, cadeiras quase em cima de umas das outras, cheio de gente, só não estavam coladas ao tecto porque parecia mal e entravam a toda a hora… com queixas de tempo, esperas intermináveis, também com esperanças de sair dali diferentes, novas.
No entretanto da infindável espera, falavam da filha do padeiro, da prima da Josefa, da Catarina maluca, olhavam de esguelha para o penteado da outra e riam-se baixinho, pérfidas, e comentavam o “capacete da velha”, depois indagavam quem era o pai da miúda que engravidou aos 19 anos… enquanto isso eu lia uma daquelas revistas cheias de publicidade, a produtos de marcas conhecidas ou a pessoas que nunca vi mais gordas na vida.
Uma hora passada e eu ainda mais passada com o zum, zum, zum frenético, o estica, estica do secador, o crech, crech, crech da escova a passar pelo cabelo e os cheiros ácidos das tintas misturados com os doces quentes das máscaras amaciadoras, levantei-me, dirigi-me à matrona do local e informei-a esgazeada que me retirava do seu estabelecimento, que mais parecia a concentração do jornal local, olhou para mim com ar mais esgazeado que o meu e disse-me que lamentava, mas que era melhor, não fosse a minha alma ficar conspurcada com aquela estranha panóplia indestrutível!…
O cabelo? Acabei por entrar à pressa noutro antro, que a esperança é a última a morrer, estavam à minha espera com forças e armas, agarraram-me a cabeça e tentaram matar-me os caracóis, mas a esperança revelou-se entibiada e corri para a minha vida com um cabelo pouco fashion TV, ainda com conversas de salão de cabeleireiro a ecoar na cabeça, a revolta deu-se e os caracóis voltaram!
Não se aguenta!
Puta Valente
Hoje sinto-me perdida, não compreendo o porquê da existência da maior parte das coisas físicas e as abstractas povoam-me a mente.
Sinto vontade de caminhar por areias desconhecidas à realidade, escrever nelas o meu nome e ficar a ver os ventos brancos a levarem-no embrulhado em suspiros presos na alma.
A minha erosão… Transportar-me em grãos de areia miudinhos, ler outros nomes por lá escritos, perder-me das angústias, das felicidades, dos amores, nada sentir além do vento, na cara, a beijar-me nas sobrancelhas, fazendo-me cócegas para me manter acordada.
Perdida em mim, em busca de um vento que não me leva, não me dissolve, que me deixa ansiosa, que me leva à sua procura incessante, um vento que me sussurra sempre que cerro os olhos, que se apresenta como suspiro, na boca de outros, que me enche de promessas, de sonhos.
Continuarei a procurar-te nas tempestades, no mar, no suspiro e principalmente no beijo de outros nomes.
Puta Valente
A busca por ti
Revirei a minha alma, a mesma recusa-se a mover um pouco que seja, não permite galhofas, está azeda, encontra-se em sangue, envolta em arames farpados impedindo a aproximação de qualquer sangue quente que se atreva, e o sangue frio teme o gelo que me envolve, mantenho o olhar estagnado, sem intenções de busca, sem intenções de nada, vazia de canduras, plena de raivas efervescentes
Sinto um tremor interno, gelo o olhar e pergunto com voz férrea, por quem teve a ousadia de se aproximar.
A resposta veio em forma de gesto e o gesto foi tão quente que me quebrou a camada gélida com a qual vivi confortável, diluiu o ácido que me protegia, desfez o metal do farpado que me isolava.
Tornei-me frágil, cai no chão, com ansias de vida, senti um movimento estranho no interior, compassado, quebrou-se o hialino orgulho do meu coração, soltando o grito em som de batimento, o calor foi assustador, senti o calor do amor, senti-me coberta de um manto invisível e acolhedor, um espasmo facial se me deu, foi o meu primeiro sorriso, e para ti, apaixonei-me, entrguei-me, mostraste-me um mundo que não queria ver, fui feliz.
Partiste, ameaçaste não voltar, acordamos que viveriamos afastados, sem intenções de voltar a sentirmos-nos as almas, sem partilhar segredos, sem cheiro a algodão doce, o meu sorriso não voltou a ser o mesmo, ficou apenas para ti, criou raizes no tempo parado, que uso para respirar . Nostalgia angustiante, mas o metal que me cobre é outro, é ferro de sangue, é amargura, é sede de vida que não voltei a encontrar nos corpos que vivo, nos corpos estranhos que toco, mãos perdidas, almas desonhecidas e falta de ti, em cada passo, que dou, em cada mão que vejo dissolvida no ar, procuro-te, sinto-te a falta, imito-te, em cada corpo uma emoção, uma ideia depravada, um pecado consumido, um orgasmo perdido, uma energia dispersa, em cada um deles, uma procura de ti, uma esperança de te encontrar.
Puta Valente
terça-feira, dezembro 19, 2006
e À minha própria Arrogância:
arrogante vestígio da noite,
preguiçoso (…) e alheio, (…)
polícia secreta dos quartos,
insígnia de um desaparecido veludo,
seguramente não há enigma na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti
e pertences ao habitante menos misterioso
(...)
Puta Arrogante
À Knock outância*:
Mas eu fico triste como um pôr-do-sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Fernando Pessoa
sexta-feira, dezembro 15, 2006
À Paciência:
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.”
Eugenio de Andrade
“E ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio e a difícil arte da melancolia”
Puta Arrogante
terça-feira, dezembro 12, 2006
À Amizade:
“Vale a pena ver
castelos no mar alto
Vale a pena dar o salto
pra dentro do barco
rumo à maravilha e pé ante pé
desembarcar na ilha
Pássaros com cores que nunca vi
que o arco-íris queria para si
eu vi o que quis ver afinal
É tão bom uma amizade assim
Ai, faz tão bem saber com quem contar
Eu quero ir ver quem me quer assim
É bom para mim e é bom pra quem tão bem me quer
Vale a pena ver
o mundo aqui do alto
vale a pena dar o salto
Daqui vê-se tudo
às mil maravilhas
na terra as montanhas e no mar as ilhas
Queremos ir à lua mas voltar
convém dar a curva
sem se derrapar
na avenida do luar “
Sergio Godinho
Puta arrogante
domingo, dezembro 10, 2006
À Obediencia:
Nem sei o que ela é.
O que quero é não ser submisso à sorte,
Seja ela lei ou fé.
Quero poder nos campos prolongados
Meu ser abandonar
Aos seus verdes silêncios afastados,
Que amo só de os olhar.
Quero poder imaginar a vida
Como ela nunca foi,
E assim vivê-la, vívida e perdida,
Num sonho que nem dói.
Quero poder mudar o universo
De um para outro lado,
Como quem junta o seu viver disperso
E o ata com o fado.
Quero, por fim, ser coroado rei Do nada a que enfim vou.
Será minha coroa o que serei,
E o ceptro o que sou.”
Fernando Pessoa
Puta Arrogante
Querias?!
sábado, dezembro 09, 2006
Tenho-te entre dedos
Fica
Não deixes que te arranquem de mim
Explica-lhe que o que nos une e é tão forte como portas blindadas
E imenso quanto o oceano
Explica-lhe os arrepios que nos param o tempo com a doçura de um expesso caramelo
Não te deixes levar para longe de mim, fica.
Se te leva ficarei além de uma imensidão que não se consegue imaginar
Cairei em vontades de cair e em silêncios barulhentos
Apenas meus, porque sou dependente deste suave e carinhoso morno de leite a meio da noite Deixa-me um mapa do teu rosto
Para que o sinta com a ponta dos meus dedos
Tal como fazemos quando estamos juntos Reconhecer-te-ei com os olhos fechados
Sempre, mas temo perder a imagem gravada na pele
Deixa-me também um frasco com a tua essência
Para que a aspire todos os dias de inicio pelas manhãs carregadas de orvalho fresco
Perco-me na imensidão da tua alma
Porque alcança os mais proibidos e apetecíveis ninhos
Queima-me com o teu beijo para que fique de pele marcada
Para todo um sempre que nos separa
Vem ver a minha alma de vez em quando
Cantará melodias com o teu nome gravado
Partiste, deixaste que te levassem
Resta-me a vontade de te ter
A capacidade desengonçada de continuar sem ti
Loucura que procura a melodia do teu sorriso, que te vê o andar no vento de inverno, que te sente a força na mais forte gargalhada
Insana criatura
Perdi-te, mas tenho-te, entre dedos, como tenho a água na mão
Cativa-me, não me percas, não vás, não deixes que te levem...
Senta-te e fica mais um pouco a olhar para esta estrela que te convida a partir.
Puta Valente
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Seduções...
Insinuaste, aproximas-te, permites-me cheirar-te, envolves-me com a tua voz rouca, tocas-me com a ponta dos dedos da tua mão pesada, obviamente cheia de intenções, congela-se-me um arrepio longo na espinha, durante segundos intermináveis, inclinas-te na minha direcção e sussurras-me as tuas fantasias. Faço parte delas, onde somos perfeitos e unos, falas-me de ti, sempre com essa voz saída de cordas vocais envoltas em cristais de mel, com a tua falsa doçura amoleces-me, olhas-me nos olhos e sinto a temperatura a mudar, tornando-se confortável, apetecível... ficamos assim, perdidos um no outro com ideias tão diferentes. Sentes que me tens, sinto que te tenho, estamos garantidos, temos objectivos diferentes.
Cedo-te, inclino-me para ti, permito-te cheirares-me, envolvo-te numa nuvem inebriante de doçura e lasciva na voz e olhar provocador, toco-te com o joelho ao de leve na tua perna, vejo a tua alma estremecer, continuo a prender-te o olhar, a minha mão casual, leve, roça-te o pescoço, cheia de intenções, ainda te envolvo com toda uma névoa que não entendes, sentes medo, desejo, estremeces, arrepias-te, sentas-te, fraquejas, desejas-me, não te controlas e pedes-me mais…
Agora explica-me quem é frágil nesta história.
Puta Valente
terça-feira, dezembro 05, 2006
À Valentia:
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello breyner
Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do pensar tornado crente,
Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se isto é vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.
Antero de Quental
Puta Arrogante
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Olhos perdidos
Saí de casa sem trazer o habitual, esqueci-me das cordialidades, da educação, da postura, da coordenação, da linguagem e do carinho pela humanidade, trouxe um corpo para a rua com intuito de lhe mostrar a liberdade que tanto anseia, o resto ficou preso às paredes que suportam uma existência material. Arranquei preconceitos e imiscui-me na sociedade, olhei profundamente para os olhos que me circundavam e dei comigo a sentir pena das vidas que via naquele momento, vazios profundos amarrados com correntes invisíveis, também ansiosos de liberdade, olhos perdidos, amarrados ao quanto se deve e não se pode fazer.
E agora explica-me porquê?
As correntes vividas… as folhas caem-nos dos bolsos em prol de uma sociedade criada, mas tão mal amada, não existem experiências, não existe liberdade, apenas o olhar perdido de quem procura mais e não encontra…
Levo apenas um corpo que me será util para conseguir ultrapassar o dia, liberto-me de correntes e amarras e nada mais sinto, deixei em casa o carinho pela humanidade, tal como ela deixou em casa o dela por mim.
Putas…
Puta valente