quarta-feira, agosto 08, 2007

Quanto pesa uma corrente?

Pesa-me o fogo que trago dentro.

Elevo-me até uma nuvem,
Que não tem cor,
Que não tem forma.
Como todas as nuvens que vou pisando.

Procuro vida,
Apenas me encontro.

Continuo com a urgência de querer, de ser, de poder…
Afinal a ansiedade que me habita tem razão,
O meu querer imediato de liberdade não existe.

O vermelho ira que me possui em segundos,
Tira-me o fôlego…

A procura de uma paz simples que não existe.

A falta de coragem quando as palavras deixaram de servir,
O movimento e a força também.

Caio, de braços abertos,
Rodopio pelo ar, em queda livre,
De uma nuvem que me expulsou,
Porque não fui valente o suficiente,
Porque as palavras me abandonaram e dei lugar a lágrimas.

Enxugo as mesmas com a roupa que vou tirando aos poucos,
Ainda com a esperança de liberdade…
Embrenho a cara nos cabelos, que absorvem sôfregos o sal das lágrimas furtivas e lentas.

Formei o lago que me amparou a queda,
Deixei a névoa junto de uma nuvem que continua sem se mostrar,
Apenas lhe sinto a desilusão, no meu sangue,
Sangue com a sua essência,
Desilusão que me domina.

Ai, liberdade que me atravessas a carne, sem piedade ou violência!
Passas por entre estes dedos que te tentam agarrar,
Foges e escondeste-te nessas sombras que me habitam…

1 comentário:

Puta disse...

"...bate as asas e voa sobre nós..."

Puta arrogante