Sentei-me na ponta da lua, estava com os olhos largados num horizonte infinito, sabia que não podia mais, sabia que não queria mais.
Deixei-me cair, aterrei num pó galáctico, devagar, tinha cheiro a pedra fria, e estava quente como o meu sangue. Encostei a cabeça na minha mão feita pedra, e ouvi o som das ondas, que batiam no meu coração de sílex.
Ao fundo, as gaivotas giravam em torno de um peixe, mesmo longe sentia-lhes o cheiro agoniante a morte…
É cinza o meu céu, este que vejo com olhos meus. É imenso o peso que sinto, é este o céu que me esmaga.
O silêncio que trago no meu interior é estridente e incomoda-me sobejamente, há gritos em mim, da minha boca, apenas a expiração deste ar gelado que inspiro.
Passam ao largo, os pesqueiros, acenam, trazem sorrisos, não reconheço um único olhar, não compreendo um único e aflito adeus.
Aqui, neste pedaço de lua que habito, sinto apenas o teu sopro, liberto entre suspiros, na hora da lágrima liberta.
Liguei-me, costurei-me com linhas minhas, matizadas, sem contar que seriam fracas para nos suportar, choraste com a certeza de que ias cair…
Devagar tiraste a tesoura do bolso e começaste a cortar os pequenos pontos, feitos com o carinho semelhante ao de uma galinha pelo seu ovo, com a mesma inconsciência de esterilidade, com os mesmos olhos desvairados e a mesma descoordenação de corpo, com o mesmo bater de asas…
Com a força de um grito desesperado, rebentei o resto da costura, empurrei-te… agora só me lembro do teu olhar esbugalhado, em queda livre, para nenhures.
Chorei, com a garantia de que não voltavas, mas não te iludas, as minhas lágrimas foram de raiva.
Deixei-me cair, aterrei num pó galáctico, devagar, tinha cheiro a pedra fria, e estava quente como o meu sangue. Encostei a cabeça na minha mão feita pedra, e ouvi o som das ondas, que batiam no meu coração de sílex.
Ao fundo, as gaivotas giravam em torno de um peixe, mesmo longe sentia-lhes o cheiro agoniante a morte…
É cinza o meu céu, este que vejo com olhos meus. É imenso o peso que sinto, é este o céu que me esmaga.
O silêncio que trago no meu interior é estridente e incomoda-me sobejamente, há gritos em mim, da minha boca, apenas a expiração deste ar gelado que inspiro.
Passam ao largo, os pesqueiros, acenam, trazem sorrisos, não reconheço um único olhar, não compreendo um único e aflito adeus.
Aqui, neste pedaço de lua que habito, sinto apenas o teu sopro, liberto entre suspiros, na hora da lágrima liberta.
Liguei-me, costurei-me com linhas minhas, matizadas, sem contar que seriam fracas para nos suportar, choraste com a certeza de que ias cair…
Devagar tiraste a tesoura do bolso e começaste a cortar os pequenos pontos, feitos com o carinho semelhante ao de uma galinha pelo seu ovo, com a mesma inconsciência de esterilidade, com os mesmos olhos desvairados e a mesma descoordenação de corpo, com o mesmo bater de asas…
Com a força de um grito desesperado, rebentei o resto da costura, empurrei-te… agora só me lembro do teu olhar esbugalhado, em queda livre, para nenhures.
Chorei, com a garantia de que não voltavas, mas não te iludas, as minhas lágrimas foram de raiva.
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