domingo, junho 17, 2007

Existência ausente

Seguro com a minha mão as simples coisas da vida, inspiro devagar, para que não acabe cedo este prazer. Trazem o teu cheiro e o teu olhar, vêem envoltas no tecido da existência, pintado por mãos de todos, criado pelas mãos de ninguém.
Com a ponta da minha língua sobre este invólucro sinto o teu sabor, lembra-me a tua pele salgada, sinto um morno que me estremece de prazer, cerro os dedos e aproximo mais do meu nariz a simplicidade, tenho agora colada a razão da minha existência, num abraço leve com o olfacto, este único momento que procuro, até te voltar a ter.

Senta-te ao meu lado, mesmo que invisível, para que eu saiba que vale a pena agarrar as pequenas coisas simples, volta a sussurrar o meu nome, volta a pedir-me um pedaço do meu cabelo, para que me possas levar para todo o lado…

Senta-te ao meu lado e partilha este silêncio de puro amor comigo…

Beija-me possessivo com os olhos, toca-me leve, deixa-me contemplar-te, não tarda estarei nas mãos estranhas do mundo, longe de ti, mas contigo, doce…

2 comentários:

Anónimo disse...

Complexa demais para a perceber, simples demais pra não gostar...

Anónimo disse...

Criatura sofrida_
Um grande bem-haja! Há quanto tempo! Muito me apraz a sua visita a estas esquinas de má vida!
Simples?
Complexo...
Pensamentos simples e complexos?
Existência.
Cordialíssimas saudações :)