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Tentei fugir-lhe, escondi-me por entre os caixotes de lixo na rua que corria ao meu lado, mas apanhou-me, mesmo quando a pensei despistada.
Parei sobre uma copa de uma árvore, pensando-me livre do pavor, mas surgiu do nada - caída como folha esquecida, no tempo de um rato que se perdeu - pairando sobre mim, e em segundos inundou-me a alma; de sombra passou a chama, de chama a incêndio e caí directamente num grande espelho de lágrimas desesperadas, na esperança de não ficar queimada… mas fui tarde… possuiu-me a alma com dentes ferozes, rasgando-a em tiras finas e mastigou-me o corpo sem complacências.
Debati-me contra o asfixiar de uma sombra que se tornou chama e que me prendeu no mais profundo espelho de lágrimas, para acordar com outro sentido da vida.
2 comentários:
Parece-me que já entraste no Outono/Inverno. E entraste bem.
Sou filha do frio.
beijos
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