domingo, outubro 25, 2009

Quando um fio nos sustenta


Fiquei desnorteada, a energia abandonou-me, o corpo cedeu… primeiro os joelhos e depois o resto… cai. A minha cara molhada ensopou o chão de madeira, com falta de cera. A dor foi tão grande e irreconhecível… senti-me nauseada, com o cheiro das lágrimas no soalho, mas não consegui erguer-me… a minha mão, quieta, frente aos meus olhos, e eu sem a conseguir mexer… a impotência apoderou-se de mim subitamente, e a dor foi alastrando devagar e venenosa; na boca senti o sabor da solidão, na garganta tinha um pedaço do meu coração, em chamas, o choro de mulher, converteu-se em choro de menina, tão perdida… nunca consegui imaginar o que me estava a acontecer, e abandonei o meu corpo angustiado, parti… Assim fiquei, na tarde em que te perdi.
Dissolvi-me no ar, nas paredes, no chão. Mergulhei na areia da existência do tempo, contei os seus grãos, apenas com a imagem de nada, e o bolso vazio. Viver até este momento de pura realidade, voltar a unir de mim o que dispersei, foi o caminho mais duro de sempre; viver numa solidão ensurdecedora, é como ter um ferro quente nas costas a todo o instante, viver a enganar a vontade de morrer é simplesmente degradante, valeu a pena chegar até aqui e perceber que vale a pena viver, mas com uma realidade diferente, uma vida diferente, com outras paredes, com vontade de respirar, mesmo que ainda carregue parte do meu coração incandescente, na minha garganta.

segunda-feira, junho 29, 2009

"O sexo não é romântico, particularmente quando é comercializado (...) é bem obvio que a vida sexual floresce melhor numa luz sombria e enevoada."
Henry Miller

À flor da pele

- Não me telefones, manda mensagem.
Disseste enquanto te vestias e preparavas para ir embora.
Ri-me, fingindo que não me magoavas.
Mas as tuas palavras e o meu riso feriram-me mais do que eu própria julgava que poderiam ferir.
É ela que ocupa o lugar ao teu lado, mas é a mim que recorres como sempre e sempre que precisas de amor, carinho, atenção. E eu consigo dar-te tudo isto condensado numa boa foda.

quinta-feira, maio 07, 2009

palavras soltas...


Troncos da mesma raiz,
Raiz entristecida.
Pós soltos, vidas desagarradas,
Pudesse eu dizer tudo o que me vai nas entranhas,
Numa só palavra
Gritar com ganas
Chorar com dentes cerrados
Raivas que não me libertam...

Olhá preccciosa!


Pois que é co muito agrado e prazer e bastante atraso (não levem a mal a ausencia, mas com a crise até uma puta de categoria, como eu, anda a ser muito fodida e mal paga e o tempo não dá para tudo) que me encontro aqui para dar as boas vindas à Preciosa!
Sê portanto benvinda a este lugar de perdição e deboche onde espero que te sintas na mai bela das esquinas.

sexta-feira, abril 24, 2009

Então por que "céus" andas tu?


Nos da inquietude...
Céus turbulentos que põem em causa a existência, o saber e o que querer.
Acima de tudo o saber o que querem céus que te agitam, numa calmaria fingida...
Camadas de incerteza, que me envolvem o corpo, dores e mágoas arrastadas, sem ter arrastado ninguém.
Folhas caídas, algumas perdidas, cuspidas por ventos cruéis.
Céus que despem a alma, e nos deixam cair no constrangimento de alma a nu…
Pele transparente que mostra apenas o que se sabe, que pouco mais é que um nada infinito, perdido e descalço pelas estradas da beleza inexistente, mas tanto e tantas vezes perseguida.

domingo, abril 05, 2009

O desabrochar da Preciosa

Amigas Putas e simpatizantes. É com muito orgulho e uma pontinha piquena de humildade que declaro ao mundo que finalmente SOU UMA PUTA!!!! As minhas lágrimas afloraram-se-me à vista quando da boca da Puta Obediente saiu a minha ordenação!!!
Eu Puta Precisosa declaro que serei um belo exemplo e espero também servir de inspiração a muito boa aspirante a esta digna profissão (como por exemplo a amiga de Sintra de 21 anos que tentou seduzir-me e ainda agrediu a Valente),
E sem mais delongas deixo o meu contributo que de coração aberto desenhei e pintei essa grande senhora da literartura Putéfia...Anita. Desta vez Anita Vai para o Putedo ( como de resto não poderia deixar se ser)...


Estou Feliz!!!
Bem hajam rameiras!

Sapatos vermelhos - A sua vida era pacata, aparentemente…


Deitado na areia, sentia a água salgada a secar na sua pele tostada pelo sol, estaladiça do sal…
Rapaz sociável, namorada perfeita, filho perfeito, aluno exímio. Estava a caminho da faculdade, com resultados reconhecidos a nível nacional. Falava-se de medicina, mas decidiu ir para advocacia, para poder ajudar os mais fracos, para fazer prevalecer a justiça, neste mundo tão caótico. Ninguém sabia que o seu motivo era outro, conhecer a lei até ao seu mais íntimo pormenor, para o caso de algum dia vir precisar.


Era um grande dia, recebera um carro, por ter sido sempre um “tão bom filho”.
Tinha planos... excelentes planos.


A sua namorada era perfeita, não tanto quando ele, mas para sua mercê, só podia ser a mais perfeita das redondezas, se bem que a voz era esganiçada e precisava de arranjar as unhas… Bom, mas como menina de boas famílias, era virtuosa, e em caso algum podia ser desflorada antes do casamento! Nem as brincadeiras típicas de uma adolescência saudável, que envolvem mãos de baixo da roupa e dedos no orifício sagrado, eram permitidas, e um corpo aos 18 pulula de hormonas, os odores, imagens, movimentos despertam o desejo. Tudo é motivo para o ter em riste, pronto para uma batalha de fervorosa paixão. Precisava de se aliviar com algo a sério, algi que não apenas a mão, ou os broches da namorada – sim, virtuosa, mas não santa - Precisava de enterrar a sua virilidade num estreito, quente e molhado túnel. Sentir um aconchego de entre pernas femininas, sentir o arfar no tímido ínicio e o gemer de um cavalgar desenfreado, precisava de foder! Decidiu pagar. E assim, com o pensamento em puro desejo, agarrou a namorada pela mão, tirou-a da praia, foram para o carro e ela lá o chupou, até o cálido e viril líquido lhe sujar o biquíni novo…


Noite serrada, vai sereno, mas não tranquilo… leva na alma a inquietude do desejo e o medo de ser apanhado. Poque levava o carro do pai, e para fins impuros! Estava taõ excitado que sentia a pressão da roupa sobre o seu pénis, gritante e desesperado…


Lá estava ela, quando menos esperava, onde menos esperava…. Uma felina impaciente, que andava de uma lado para o outro com ar de que, vai saltar em cima do primeio telhado e miar à lua. Leve, nuns saltos altos vermelhos, uma mini preta e um trapinho a segurar-lhe as mamas firmes, cabelo apanhado, era mais prático e mostrava o seu rosto redondo, de menina… chamou-a. Ela foi, balnçando as ancas como quem vai dançar uma milonga, inclina-se para dentro da janela semi-aberta, e vê aquele rosto tão jovem, num carro tão … familiar. Sorri.
- Olá…
- Quanto cobras?
- Depende, quem vai comandar?
Não tinha pensado nisso, segundos de hesitação…
- Tu, quero q sejas tu.
Sorriso rasga-se..
- Então dou-te um desconto…
- Entra.

Tive um pesadelo...


Que todos os meus sonhos se concretizavam!

quinta-feira, abril 02, 2009




Rasgo-te a roupa com um gesto, lambo-te a pele com sofreguidão, olho-te nos olhos enquanto desço devagar para o teu membro duro, sinto-te tremer com o toque da mão, e quando me sentes respirar por perto, a tua respiração suspende, e a expectativa aumenta… sei o que queres… queres que o meta na boca, e sem carinho, que te devore. Queres sentir a minha boca a sugar-te, enquanto danço com as minhas mãos em torno do resto do corpo que não me cabe na boca. Quero ouvir-te gemer… lambo-te da base à glande, faço-o deslizar devagar, até à garganta, tiro-o mais decvagar, abano-o contra a minha língua e termino a rodopiar na glande, só com a ponta.
Quero ouvir-te… agarro-te os colhões, com uma das mãos e não aguentas mais, pões a mão na minha cabeça, para comandar o ritmo, mas sabes que não tens permissão para me tocar, quem manda sou eu. Mordo-te e logo percebes.
Desesperas… porque ainda não está na hora de te vires….

É tédio...


A paixão da alma já se foi, a pele gelou com uma lágrima que se libertou das amarras da dor, e acabou esquecida.

Trago febre de carne despida, fome de luta vencida, saudade de luz que vejo de olhos fechados, cabeças amansadas pela mão da besta amestrada.
Que me corroa a acidez do ser e que no céu penda o meu corpo, numa brisa. Os olhos que deixam de se ver, as mãos que não se tocam, as bocas que já não falam.

Nada mais tenho para te deixar, ou dar, sou puta e o teu sangue vou sugar, até à última gota, para poder saciar a minha vontade, porque por mais entediada que esteja, adoro foder.

Conversas tidas, mantidas, ilusórias, e futuras



Tenho perdido estribeiras e noções de limites.
Continuo a acreditar que a melhor forma de nos encontrarmos é voltar a conhecer-nos... ando com ansiedades tais que o peito palpita na garganta e sinto o estômago constantemente inquieto, rasgam-me as entranhas, sinto as garras da frenética incerteza, de um ser escondido, mas nunca calado...
Ando com ganas, com ganas.... louca de ganas!
Mas ainda não percebi se de mim, se do mundo, ou se de nada.

sábado, março 21, 2009

Dispersa e disconexa


Afundo me na minha própria existencia e tu continuas sempre lá para me salvar ...

segunda-feira, março 16, 2009

Putas de Lisboa


Vi este fim de semana num qualquer bar do bairro um cartaz que dizia "Putas de Lisboa", interessando me obviamente por este assunto fui ler. É uma peça de teatro que ainda não fomos ver mas que desde já recomendamos.

"Resultado de um trabalho de investigação durante mais de dois anos, com base em inúmeras entrevistas a pessoas que se dedicam à mais velha profissão do mundo. ï/oo uma co-produção Gota TeatroOficina e Kabuki ?" Centro d?TM)Arte. Neste drama irónico e atrevido, totalmente baseado em histórias reais, oscilando entre os momentos trágicos e outros hilariantes, contam-se as aventuras e desventuras de uma prostituta, um prostituto e um travesti que trabalham nas ruas de Lisboa."






Ficha Técnica


Data de Estreia: 19 de Março de 2009


Género: Drama


Encenação: Ricardo Bargão


Intérpretes: Elisabete Piecho, Márcio Oliveira, Marco Marques








terça-feira, março 10, 2009

A dança de um momento em nada infinito





Arrasta as mãos pela minha pele, traz a indolência nas mãos, não tenhas pressa, faz-me gemer. Deixa a tua pele derreter na minha pele, pousa aos teus lábios sedentos na ponta dos meus dedos, leva-me ao arrepio e ao suave contorcer de quem está prestes a suplicar por mais.
Agita-me os sentidos com o teu cheiro, eleva-me com a tua boca até ao plano do ser imortal e do orgasmo permanentemente suspenso. Sente o fervilhar do meu sangue, aproxima o teu ouvido da minha boca, para que oiças o meu ofegante tesão.
Não descures de um único milímetro da minha pele, é sede que sinto, e vontade que tenho, quero-te agora, deixa-me provar-te, até à última gota de suor fino, reticente.
Sinto-te tremer, sinto-nos tremer. Ácido da doce essência que levas À boca, com sofreguidão e carinho.
Deita o teu corpo no meu, apenas por agora, desliza a tua pele na minha, deixa o teu cheiro no meu.
Deixa as mãos dançarem neste infinito prazer, nesta deliciosa valsa de desejo e dança de fogo.

Inquebrável?

Caíram as asas,
caiu a ave…

Sentada no chão,
sinto-me em pedaços,
Procuro a massa da vida,
E só encontro o sangue para beber.

A escada antes,
hoje a queda.

Que se quebrem as asas,
que desabem os céus!


Enrolo-me na frenética essência que me atormenta,
esta que não se cala e apenas me deixa no chão…

são sons,
são sabores...

Vidas antes, vida agora.
Que sentir é este sentir?
Que travo é este na boca?
viúva de brilho nos olhos,
paixão apagada,
vontade de voar…

Destinos ausentes,
apenas na mente.

Coração aperto,
aperto de mãos ansiosas
contra um peito angustiado

Esfrego as pestanas com a vontade de saber,
a pele estalou,
seca…

Seca de vontade,
cheia de frustração
Mas apenas cai no chão e parti

quinta-feira, março 05, 2009

Mente que mente, corpo que sente


Laços perdidos, agora achados, feridas lambidas, ainda não saradas, necessidades constantes, mas não saciadas… febre, é febre que me consome, a febre de uma cura que não existe, de uma perda eminente, de uma escolha, de uma início, de um estágio… o meu corpo contorce-se, a minha mente debate, caio no chão, e ali fico inerte.

É a minha escolha, é o sabor da lágrima enferrujada.

quarta-feira, março 04, 2009

Apenas, que se dane! Anda.





Estou cansada de deambular neste mundo

Onde estás? Onde foste parar?


Sorriso caído para debaixo de uma pedra, escondido e tímido.

Com medo de se mostrar, de viver…

Cuspido no chão com desdém, procura com sofreguidão o pedaço de chão desaparecido.



Fuga num espaço não físico, procuro de um pedaço de matéria

Fogo desesperado, loucura desenfreada.

vazio que me acompanha

lógica sem rumo

É dor? É fome…

Que a luz fere os olhos.

Eles não me conhecem.

Havia nos teus olhos luz, na tua mente ideias, haviam…

Sinto asco pelo mundo… sinto amor pelo mundo… sinto dó, muito dó pelo mundo


Cobra que se enrosca na minha pele, que me devora as entranhas…


Traz-me a manta, que afinal é frio deste espaço, deste mundo.


Anda, não olhes para trás, o que há a fazer é lá à frente