segunda-feira, agosto 04, 2008

Tenho demasiadas questões para conseguir proferi-las


Sinto agonias que me forçam a abrir a boca, despejando um viscoso vómito de ideias, palavras soltas, frases tidas, mantidas e criadas durante anos, algumas questiono se nesta, ou de noutras vidas.

Sinto a cabeça prestes a rebentar, mas pior… pior é isto que me habita, que me consome, e não consigo explicar… é isto o sentir? Este nó que me recuso a engolir, pois temo que me doa mais a descer que a vomitá-lo, este aperto no estômago que me arranca as vísceras num único rasgão de ventre; é cruel, a dor que me vai no peito, sei que não me matará, mas habita-me paciente, sorvendo sombras, e tornando-se maior, e maior… dos olhos cai a água límpida, carregada de histórias, que nunca poderá contar… apenas cair na terra e ali permanecer, para todo o sempre, em sepulcro. As lágrimas que bebo, são para garantir alguma memória, no meu corpo, que um dia cairá por terra, perdendo tudo, o sofrimento, a alegria, a memoria... “Somos pasto para vermes…”

2 comentários:

Masturbatrix disse...

É o cheiro a sangue que atrai os seres das sombras. :)

Anónimo disse...

É o cheiro a sangue...
Isso fez-me fervilhar... Há quano tempo não falo do meu amigo que gosta de as matar no acto... Já está na hora de ir buscar mais histórias. ainda bem que me lembraste.
Cordialissimas saudações.