quinta-feira, setembro 27, 2007

E de que serve?

Hoje o ritmo é inteiramente teu, se te pedirem outro, ignora. São palavras ocas que não compreendem o que é a dor de existir numa bola de cristal. Quem te vê não sabe que pisas o chão com medo de cair das mais altas alturas, nas mais profundas amarguras… quem olha para o sorriso largo, não sabe que é a tua mascara mais usada, não sabem que é polida todos os dias, e nem imaginam a tristeza que trazes no peito.
Quem te dá a mão e sente o calor da tua pele, ou o aperto do teu fraterno abraço, procurando apoio, não sabe que te habita a insegurança em forma de gelo. Nos cabelos que cortam o ar que respiras, susténs o aroma do falso equilíbrio, e vives sem saber porquê.
É na noite que uivas à mais distante estrela, pedindo o auxilio dos desesperados. E ela não vem… e choras com alma perdida. Alma que se desgarra desorientada, atiranso-se a paredes frias e ignorando amores sentidos. Alma vadia que se embebeda de risadas cínicas, e cospe as seriedades da vida, pela boca que usas; amaldiçoa vivos e mortos, sem medos de contra ela se virar.
Vais azeda, mas tão pequenina e indefesa. Levas no corpo a essência que não é tua, mas do ladrão que a tua açambarcou.Revelas valentias que o mundo nunca ousou questionar.

Sangue fácil


Suave caminhar numa estrada de vermelho sangue, com agulhas espalhadas, pedras soltas e gente encalhada, caminha com a leveza elfica, mas com a destreza de mil cavalos selvagens em montanhas de ninguém.
Deixa que te caía no ombro a voz perdida, totalmente esquecida.
Leva-me no teu bolso, guarda-me com cuidado, que sou memória frágil e sangro com facilidade. Olha-me todos os dias, porque faço parte de ti, como tu de mim, onde a existência é plena de sentido.

terça-feira, setembro 25, 2007

É

É calada que fico
é no silencio que padeço
é na mente livre que vejo
é na alma que sinto

é no coração que sangro
é na pele que sinto
é no beijo que permaneço
é na queda que enlaço o mundo
é no voar que existo
é na imaginação que me perco
é na palavra que me desvaneço
é na doçura que me embalo
é na perda que choro
é na pedra que me sento
é na nuvem que tropeço
é na agua que morro
é na pele que me escondo
é no carpir que escarneço
é no ouvir que procuro
é no ver que me engano
é no sentir que não sinto
é na mão que me mato
é no sangue que me vejo
é no ar que de desvaneço
é na tortura que me reconheço
é na alma que bracejo, num alento que não existe, neste ar contaminado, sôfrega inspiro!...
e no fim… adormeço.


O tempo…

Parei parei para pensar no sentido da vida e persegui-me uma sombra…

Tentei fugir-lhe, escondi-me por entre os caixotes de lixo na rua que corria ao meu lado, mas apanhou-me, mesmo quando a pensei despistada.

Parei sobre uma copa de uma árvore, pensando-me livre do pavor, mas surgiu do nada - caída como folha esquecida, no tempo de um rato que se perdeu - pairando sobre mim, e em segundos inundou-me a alma; de sombra passou a chama, de chama a incêndio e caí directamente num grande espelho de lágrimas desesperadas, na esperança de não ficar queimada… mas fui tarde… possuiu-me a alma com dentes ferozes, rasgando-a em tiras finas e mastigou-me o corpo sem complacências.

Debati-me contra o asfixiar de uma sombra que se tornou chama e que me prendeu no mais profundo espelho de lágrimas, para acordar com outro sentido da vida.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Crava-me os dentes no ombro…

Rosna-me ao ouvido, e sei que me queres neste mesmo segundo.

Olha-me com a fúria do desejo e atiras-me contra a parede, beijas-me a pele perfumada com rosmaninho, e sentes a pressão entre as pernas, rasgas-me a roupa e lanças-me para a cama, que já guarda o nosso cheiro. Cedo-te sem medo, entrego-me sem preconceito, porque gosto, porque te quero, porque te instiguei…

Com toda a fúria possuis-me, e com carinho pousas a tua mão na minha cara, olhas-me com ternura… inclinaste para inspirar o cheiro do nosso suor mesclado, lambes-me o pescoço salgado…

Sou apenas uma puta.

Guarda este momento, é único.

domingo, setembro 23, 2007

Colegas famosas


Não me surpreende que ela seja das nossas, já se sabe: as mais santinhas e com ar mais angelical são sempre as piores.
Não me admirava nada que toda esta história do Cristianismo fosse obra dela para encobrir as escapadelas que dava.
O mais absurdo é que não foi só o José que caiu na peta dela, grande parte da humanidade também!
"Sou tão pura que mesmo estando casada não deixo que o Zé me toque."
"Veio um anjo anunciar que estou à espera do filho do SENHOR... Ahh e tal, sou virgem mas estou prenha..."
"Que senhor?"
"Que senhor?...hum... hum... (oh meu Deus!... é isso, Deus) Deus, eu estou à espera do filho de Deus, Zé!"
Por favor! Isto são séculos e séculos de falta de noção!
(Por outro lado prova o magnifico poder da gaja em arranjar escapatória para todos os seus deslizes - Ah, ganda Maria! - e também prova a credulidade tola do sexo masculino que se deixa manipular com meia dúzia de tretas!)

sexta-feira, setembro 21, 2007

Outono


Sim, são estas as figuras que faço no Outono.
Não podiamos continuar no Verão? Estava tão bom...

quinta-feira, setembro 20, 2007



Perante isto as Putas fugiriam porque detestam cor de rosa, mas as interessadas que façam fila!

Vazio

Quem nunca sentiu o vazio que nos deixa a desilusão?
Aquele espaço que fica depois da dor lancinante,
Aquele movimento ocioso do passar de uma lâmina que corta, quente, o coração ao meio…
Com a frieza no olhar, com a destreza do mau amor.
Quando sentiste tu a dor da desilusão?

Ouviste depois a voz fria, viste os braços cruzados, e sentaste-te ao colo da solidão, com a lágrima da desilusão.
Anda, levanta-te. Nesta vida tudo passa, tudo muda, com o simples mover das folhas de Outono.

Quantas vezes te desiludiram?
Quantas vezes desiludiste alguém?

terça-feira, setembro 18, 2007


Impressionante, mas se o que elas dizem é verdade, há quanto tempo é que a sua proprietária não fode?

segunda-feira, setembro 17, 2007

ai a ressaca, a ressaca...


The Dante's Inferno Test

The Dante's Inferno Test has banished you to the Sixth Level of Hell - The City of Dis!
Here is how you matched up against all the levels:

LevelScore
Purgatory (Repenting Believers)Very Low
Level 1 - Limbo (Virtuous Non-Believers)Very Low
Level 2 (Lustful)High
Level 3 (Gluttonous)Very High
Level 4 (Prodigal and Avaricious)High
Level 5 (Wrathful and Gloomy)High
Level 6 - The City of Dis (Heretics)Extreme
Level 7 (Violent)Very High
Level 8- the Malebolge (Fraudulent, Malicious, Panderers)Extreme
Level 9 - Cocytus (Treacherous)High

Take the Dante's Inferno Hell Test



"You approach Satan's wretched city where you behold a wide plain surrounded by iron walls. Before you are fields full of distress and torment terrible. Burning tombs are littered about the landscape. Inside these flaming sepulchers suffer the heretics, failing to believe in God and the afterlife, who make themselves audible by doleful sighs. You will join the wicked that lie here, and will be offered no respite. The three infernal Furies stained with blood, with limbs of women and hair of serpents, dwell in this circle of Hell."



Exemplos a não seguir, ok meus senhores?


A ver se nos entendemos!...


quinta-feira, setembro 13, 2007

Amargo...

Doce traço fino, que me carregas na alma com a dor de uma ave perdida nos ventos violentos de norte.
Doce volta que me faz perder a consciência e me prende por tendões que se querem desgarrar.
Doce queda, que me faz sangrar do nariz, e com a delicada seda me livra da viscosidade vital.
Doce alma que me enrosca nos seus longos cabelos de palha seca ao sol, sem perguntar o meu nome, porque simplesmente não interessa.
Doce voz que não me cobra o silêncio e me embala nas amarguras da noite.
Doce cabeça que meneia ao meu passar, sem me conhecer, mas cumprimenta sem falhar.
Doce vómito de pensamentos que não consigo suportar, convulsões constantes, e não tenho onde vomitar.
Doce música que me atormenta a alma com suavidades falsas.
Doce perdição que me corre no lugar do sangue, que me deixa sentada à beira deste rio, de vida fétida.
Doce amarelo ovo, que em despreza o nó na garganta.
Doce pensamento perdido, esquecido ou amarrotado.
Doce essência de baunilha na pele da criança suja.
Doce cabeça que pende de tanto rir… e de tanto chorar.
Doce escova que me arranca cabelos, num só passar.
Doce suavidade que não existe no meu olhar, nem na minha alma, nem no meu pensar.
Doce eleição de cores que não partilho, por não existirem e não terem nome.
Doce imaginação frustrada, parca e rasgada, como a seda que não te dei.
Doce agua salgada que me afoga sem consentimento, num agito de aflição e carinho ondulante.
Doce escada, suja, moribunda, que me deixa a marca do fogo que não a queima.
Doce frio de Inverno que assalta a cama dos amantes incautos.
Doce abraço que não se deu.
Doce fogo que se apagou.
Doce paixão que acabou.
Doce imagem que me deixaste de um amor esquecido.
Doce mascar de pastilha elástica na boca de uma puta.

Besta


É fogo o ar que inspiro… dói-me a alma ao pensar em ti, apertas-me a essência e enclausuras-me na gaiola minúscula do simples sentir. Mastigo um pedaço do meu próprio coração, em desespero verde, de dor alienada. Dói-me mais a tua ausência que cada dentada auto-infligida.

Possuis-me com as ganas selváticas de um animal sem escrúpulos, deitas-me na tua mão e cospes as minhas entranhas que arrancas de uma só golpada, e bebes-me o sangue repleto de prazeres que desconheces.

Besta escondida da minha alma, que me levas o único traço de luz que me resta, aquele que guardava com tanta atenção… agora sou apenas sombra. Levo-te no olhar, e a agonia transborda como resmas de crianças a cair nos escorregas.

Besta da minha alma que vens ávida de sangue, e trazes a navalha para me matar aos poucos.

Perseguindo-me até aos cantos mais recônditos, aqueles onde sempre pensei estar a salvo…

Besta escondida, vens decidida, besta, com o olhar negro e o brilho da crueldade, não resisto ao encanto dessa escuridão com que me envolves o corpo, vens fria, deixas-me o corpo amolecido com a saliva da tua língua que me deixas na pele, ferve-me o desejo de te ver a consumir-me… feroz, sem dó nem piedade, deixando-me no chão gelado, sozinha, chorando a tua ausência.


A besta da minha alma… o meu amor esquecido…

domingo, setembro 09, 2007



"Pode dizer-se todo o mal possivel de uma vida de pecado, ela, no entanto, faculta a cultura geral."

Bo Hjalmar Bergman

quarta-feira, setembro 05, 2007

Esperança

INGRES, Jean-Auguste-Dominique – Princesa de Broglie




















O já feito não chega, nem suficiente é o que se pode fazer.
O tempo de persistir acabou
porque quando últimas, mais preciosas as forças.
As piores muralhas que derrubo,
são por mim erigidas.

As justificações estão feitas.
Bonitas palavras e gestos são prémios da amizade,
mas o consolo maior está nas carícias de quem está para vir,
surge-me a ausência de quem não conheci.

Como se procura?
Como nos encontra?
Ao aguardar as lições aprendo,
também a espera é batalha.

sábado, setembro 01, 2007

Setembro

Para mim, este mês sempre foi sinónimo de regresso às aulas, um mês de ansiedade e expectativa por querer reencontrar os amigos e a falta de vontade de largar as férias e o dolce fare niente para abraçar a rotina de acordar cedinho, ir carregada de livros e sono para uma sala de aula e aturar regras e professores parvos (esta puta andou num colégio repressivo, viram no que deu?...).
E vocês? Que têm a dizer sobre Setembro?