sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Enjoo matinal


Escorri da cama, como água parada numa poça,
Agitada pela pata de um elefante distraído,
Enfrentei a luz, com medo de vampiro,
Bebi sangue para sentir a vida,
Enfrentei o mundo,
Saindo à rua, encolhida,
Metida comigo,
Balbuciando o meu idioma
Pisei as gotas da primeira chuva da manha,
Com o peso do ser,
Pedi ao ar que me entrasse nos pulmões mais devagar,
Que me magoavam as suas acidezes o âmago ferido,
Contrariado e contraído…
Pedi aos sentidos que não me abandonassem,
Que me dessem a mão com firmeza,
Que me aconchegassem no carinho dissipado,
Que o meu maior medo é perder-me neste mundo,Que não é meu, não me pertence e sabe que não sou de cá.

Puta Valente

2 comentários:

Anónimo disse...

deste me cá um susto!
Ao ler o titulo pensei: "oh meu deus! Vem aí um verdadeiro filho da Puta!"

;) beijinis

Anónimo disse...

Ai, mulher!...
IRRA! O_O
Tenha-me tento nessa língua, menina!...
:P