quarta-feira, janeiro 10, 2007

Hábitos


Tenho verificado enquanto estou no meu posto de trabalho (a melhor esquina da cidade) que, muito mais do que eu julgava possível, nós humanos somos realmente criaturas de hábitos.
Todos os dias e à mesma hora passa por mim a mesma gaja com o seu porta chaves a tilintar nas mãos (irritante...!);
Todos os dias o meu vizinho toca à campainha da sua casa de modo igual (dois toques, tempo, e mais um toque);
Todos os dias vem ter comigo o mesmo maluquinho e sempre com a mesma pergunta;
Todos os dias passa por mim a mesma velhota e sempre com a mesma pressa (onde irá ela?);
Todos os dias oiço a mesma senhora a relatar, na paragem do autocarro, os malabarismos que faz para levar o filho mai novo para a escola ou infantário (e eu penso sempre que aquela lamentação já farta e em vez de tanta lenga-lenga ela podia estar a pensar num modo de melhorar o seu caos matinal);
E todos os dias no autocarro encontro sempre o mesmo quarentão careca que ouve heavy-metal nos phones aos altos berros, dois pré adolescentes engravatados (estranho) e uma pós adolescente bochechuda e trombuda;
Tenho mais exemplos mas não quero ser exaustiva...
Com tudo isto quero perguntar-vos excelso putedo, e a quem mais ler isto, se também reparam nestas coisas?
Se as notam na vossa vida?
Ou serei só eu a “implicar” com tudo isto?
Puta Arrogante

5 comentários:

Anónimo disse...

Tens toda a razão, não é implicância, mas isso tem a explicação lógica de termos medo de nos perdermos, sem os actos que nos marcam o ritmo, todos os dias, desde o tocar à campainha, o passo apertado, o tilitar, a mãe desorientada com o caos tão habitual, a curva que se faz a olhar para o lado, o dente que se limpa olhando pelo retrovisor, parados no transito, como tu dizes, tanta coisa... é por isso que apreceamos o que é belo, alguns mais que outros,com mais ou menos inocência, mas sempre com o brilho de quem viu algo diferente, ou a estranheza de quem viu o bizzarro, e acabamos a comentar com a vizinha do 5º andar "ja soube?..."

sobre-nada disse...

Xiii, tenho um vizinho que é a coscuvilheira do bairro e todos os dias escreve num livrinho o que se passa na rua! E esta ein!!

Anónimo disse...

CLARO QUE SOMOS CRIATURAS IRRITANTES DE HÁBITOS ENTENDIANTES! MAS REPARA, TODAS ESSAS PESSOAS QUE REFERISTE, TAMBÉM TE VEÊM TODOS OS DIAS A FAZER POSSÍVELMENTE O MESMO, OU SEJA A OBSERVAR COM O TEU DELICIOSO OLHAR ARROGANTE! POR ISSO MINHA CARA TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS E COMO TAL SE QUERES MARCAR DIFERENÇA, FAZ O PINO NO AUTOCARRO NUM DIA, A RODA NOUTRO DIA, VAI PA RUA BERRAR FODASSSS NUM OUTRO DIA, BEIJA DE SUBITAMENTE UM TIPO QUALQUER, ENFIM.... FAZ COISAS DIFERENTES E AÍ SIM MINHA CARA RESMUNGA DA ROTINA ALHEIA, PORQUE ISSO N É MAIS DO QUE UMA PROJECÇÃO QUE SE FAZ DAQUILO QUE SENTIMOS DIÁRIAMENTE, OU SEJA TÉDIO!!!

T. Santos disse...

Eu nunca reparei nisso, embora saiba que as pessoas têm habitos como os que descreves. Mas se estavas com atenção as pessoas é porque não estavas a trabalhar! E afinal de contas o patrão paga-te para que? LooL

Anónimo disse...

Ora bem,lá no bairro também há um gajo coscuvilheiro, é o dono da tasca, é do piorio, eu apelido-o desdenhosamente de Correio da manhã, sabe de tudo e está sempre à espreita, ishhh...
Sodona Wicca, fazer o pino no autocarro é dificil porque aquela merda está invariavelmente a abarrotar, beijar tipos na rua também não porque sou muito selecta nos beijos que dou à borla...querem pagam!
Enfim, tédio todos sentimos, mas tal como li numa frase escrita numa rua de lisboa (ou arredores): "umas sentem a excitação do tédio, outras não..."
Quanto ao Sr. T.Santos, tenho a dizer lhe que as putas que compôem este grupo, não têm patrão, não precisam, são livres e independentes e obedecem somente à propria luxuria.

beijos arrogantes para todos