sexta-feira, novembro 10, 2006

Doce ilusão





Toca na minha pele, sente a minha temperatura a elevar com o passar da tua mão cheia de emoção contida, pega na minha, leva-a à tua boca, deixa-me sentir a emoção que levas em ti, sente o correr desenfreado do sangue nas tuas veias, deixa passar o tempo, não nos pertence, apenas este momento é nosso… Voa… voar não é andar entre nuvens, é sentir esse desenfreado correr nas veias, é a emoção de ouvir o batimento cardíaco de quem está ali a partilhar o momento, sem aproximação, mas mais próximo que nunca.

Este é o momento, num tempo que não nos pertence.

Alicio-te, com ternuras, carícias, feitos nunca antes vistos, emoções nunca antes sentidas, respiração intercalada com gemidos, mãos trémulas, arrepios que nos dominam a alma, olhos semicerrados que vêem um mundo de desejo, cai ao meu lado, sente o êxtase a correr todas as células do teu corpo deixando como rasto um formigueiro prolongado.

Acabaras por perceber que não passo de ilusão, que o cetim que tocaste não passa de cortiça, que o cheiro do meu cabelo não é delicioso, que a minha mão não é instintiva e sim calejada, que da minha boca de seda sai o mais mortífero veneno, o tempo que não é teu, é meu, as batidas do coração que ouvias eram apenas tuas, pobre e desnorteado… a partilha não existiu, foi mera ilusão… no final era eu apenas a tua ilusão.

Puta Valente

1 comentário:

Anónimo disse...

Bonito.